Essa palavra é um daqueles termos psico-filosóficos do alemão que são intraduzíveis e justificam a teoria de que aquela seja a melhor língua para filosofar. Pois, uma tradução literal seria algo como "dor-do-mundo". Ai.
Ela representa a dor que uma pessoa sente ao perceber que a realidade não condiz com uma noção pré-concebida e idealizada.
Na informática, há muitas oportunidades para Weltschmerz. Há o momento em que o analista percebe que não vai conseguir tirar os requisitos do cliente. Há também o momento em que o cliente percebe que o sistema não vair sair tão barato quanto o estagiário achou que seria.
Há uma classe de profissionais cujos indivíduos parecem, numa proporção assutadora, incapazes de compreender o conceito: os gerentes. Não que todos sejam assim (alguns são excelentes), mas há um número surpreendente que não entende o desconexo entre a planilha do Project e o projeto.
Acho que o problema nasce na seleção e se agrava no cursinho de MBA. Pelo Princípio de Dilbert, os piores analistas são escolhidos para gerenciar. E um bom analista é aquele que sabe analisar e sintetizar a realidade.
Mais adiante, no curso de MBA, os candidatos à glória gerencial são apresentados a variados exercícios do tipo "Você tem uma semana para construir uma ponte e as atividades necessárias são estas...".
A grande falha aí está em que não é possível construir uma ponte em uma semana. É um exercício teórico, mas se for repetido o suficiente, o aluno adquirirá fé nos seus superpoderes na medida da sugestionabilidade de sua mente. Dá-me uma planilha do Project, que eu alavanco o mundo!
Isso me faz lembrar com tristeza as aulas de modelo OSI na faculdade. Que reconfortante gastar um semestre analisando as 7 camadas do apocalipse, sabendo que no mundo exterior a probabilidade de achar algo diferente de TCP/IP seria quase nula. A de achar uma rede OSI então... Ó Weltschmerz!
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O russos alardeiam que o general-heroi lá de Kursk construiu várias pontes em 3 meses.
ResponderExcluirQuando se tem pelotões de engenharia aparelhados (que nos não temos) é só assinar a ordem.
No BB o grau de liberdade individual é baixíssimo. Tudo é decidido planejado em comitê e o planejado acontece. Quem gosta de fazer parte de uma colméia se sente muito bem.
A Weltschmerz surge quando se gostaria de ir além ou mais rápido do que o Banco planeja.