Há uma revolta crescente contra o grupo que domina a mídia no Rio Grande do Sul. Eu não consumo nenhum de seus produtos; evito até os da TV aberta. E não é por ideologia; é porque o conteúdo é muito pobre mesmo.
Este ano descobri o Télématin da TV5 (TV francesa). Não havendo qualquer outro motivo para aprender a língua francesa, ter o prazer de assistir à programação matinal da TV5 já deveria bastar. Os apresentadores são bem-humorados, o conteúdo é leve e informativo. Quando discutem política ou economia, o fazem com seriedade e alguma profundidade (o tempo, é claro, também é exíguo na TV francesa).
Fujo assim do ruído matinal dos noticiários da RBS e da Globo. Eles contêm excesso de violência (quem quer saber de violência durante o café da manhã?), excesso de futebol (mesmo quando não há jogos!) e bobagens como a abertura das bolsas. Se o movimento de fechamento das bolsas informa pouca coisa, que dirá o de abertura! A variação diária da bolsa de valores é apenas ruído: metade dos dias ela sobe e metade dos dias ela desce. Agregar uma explicação é patético, quando não malicioso.
Os apresentadores da TV5 conseguem ser divertidos sem cair no ti-ti-ti que as mocinhas da RBS julgam apropriado para um programa de informação. Os franceses também falam de esportes, mas não se limitam ao futebol e tampouco gastam tanto tempo nele quanto os jornalistas locais. De quando em vez tenho a sorte de assistir às Escapadas de Petitrenault (que segue o Télématin), um programa no qual o Monsieur Petitrenault passeia pela França conversando com as pessoas principalmente sobre a culinária local, mas sempre em lugares interessantes (e nunca dentro de estúdio).
O principal jornal gaúcho, a Zero Hora, é o maior representante da pobreza jornalística do estado. Tem muito mais opinião que análise. Dificilmente as notícias são colocadas num contexto histórico; parece que retórica basta. A seção mais informativa são os classificados. Na última página, para fechar em grande estilo, temos a opinião de um senhor que confessou que lê apenas o jornal para o qual escreve.
A Globo consegue inadvertidamente agregar algum humor quando convoca um correspondente estrangeiro em Buenos Aires para apresentar notícias da Venezuela. Ou alguém em Kuala Lumpur para informar sobre Tóquio (ao vivo!).
Eu tenho sorte, posso usufruir da TV5, da TVE, da BBC e até da DW (que tem programação em espanhol e inglês). É uma pena que muitos de meus compatriotas estejam presos ao mundo pequenino (e um tanto sombrio) das mídias nacionais, porque elas ofercerem muito pouco.
Making the Mandelbrot Set with Excel
Há 2 semanas
E a GNT exibindo fuga de preso de enfermaria em Goiânia.
ResponderExcluirO coitado do preso despencou de uma teresa improvisada, coisa cruel e depois gastam tempo precioso censurando o hospital e a carceragem pela fugas seguidas de doentes presos.
Nossa, é um problema nacional dos mais graves, esse assunto de fugas de presos.
O tom é sempre de denúncia e censura, sempre negativo.
Repórter Brasil da EBC Serviços, retransmitido às 07:00 da manhã pela FM Cultura parece uma BBC, sempre com conteúdo cultural.
ResponderExcluirO mais assombroso dessa mídia alegrinha é que há um imenso publico que adora e que provavelmente tem as mesmas opinioes dessa empresa. As notícias sobre economia têm sempre o mesmo viés. Ou seja: é o governo que gasta muito, os impostos que são altos, os funcionários publicos são privilegiados e ganham muito e os empresários são verdadeiros heróis.
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