sábado, 20 de março de 2021

Lições sobre Teletrabalho em 2020

Em 2020, minha casa virou um escritório e uma escola. Ela não estava preparada. Aos poucos fui adaptando, cometi alguns erros e achei algumas soluções. Abaixo, seguem as principais lições. 

1. A melhor rede usa cabos 

Wifi pode ser prático, mas não funciona bem com uso pesado de várias pessoas. Mesmo após segmentar a casa com redes em canais diferentes, a solução mais eficaz foi a de usar um Powerline. Além disso, só cabear a casa toda melhoraria a rede. 

2. Compre uma impressora laser com impressão duplex 

Eu fiquei dividido entre uma impressora laser com Wifi e uma com impressão duplex. Escolhi a que tem Wifi, mas a prática revelou que o duplex teria sido mais prático. De qualquer forma, é muito melhor que usar uma impressoa a jato de tinta. As impressoras da Brother são muito boas e funcionam com o Linux.

3. Memória, memória, memória 

Quando iniciei 2020, nenhuma máquina tinha mais que 4GB de RAM. Agora, as que estão em uso contínuo têm de 8GB a 12GB de RAM. O notebook mais antigo tem um processador Core 2 Duo e iniciou o ano com apenas 2GB de RAM. Adicionei mais 1GB e ele rodou o MS Teams muito bem durante o ano todo. Ele roda Ubuntu Mate e usa um SSD. Se fosse Windows com HD, não tenho certeza que teria o mesmo sucesso. Nenhum micro é muito novo (os principais têm um Core i3 540 e um Athlon II X2 270), mas com bastante memória eles funcionam perfeitamente bem apesar de já terem uma década. Os maiores consumidores de memória são os navegadores.

4. Como prolongar a vida de máquinas antigas

Minhas máquinas são antigas, mas servem às minhas necessidades muito bem. Para atingir um desempenho ótimo, elas precisaram de 3 coisas: memória, placas de vídeo, e drive SSD (ao menos para o Sistema Operacional). A placa de vídeo não precisa ser a mais moderna; pode ser a mais antiga disponível (exceto se a intenção for jogar). Um micro usa uma Geforce GT210 e outro usa uma Geforce GT710. Além disso, o SSD também não precisa ser muito grande, basta usá-lo apenas para o Sistema Operacional. Então, com cerca de R$650,00 (R$300,00 por uma placa de vídeo, R$200,00 por um SSD, e cerca de R$150,00 por um pente de 4GB de RAM) é possível transformar um micro antigo numa estação com bom desempenho. Com R$1.000,00 é possível comprar um micro novo, mas ele não vai ter o mesmo desempenho.

O reaproveitamento de máquinas com mais de 10 anos de uso mostrou como o desenvolvimento dos micros tem desacelerado. Em 2021 alguns micros clássicos estão completando 40 anos. Em 1981, muitas pessoas compravam micros com apenas 1KB ou 2KB de RAM. Em 1985, o Amiga 1000 foi lançado com 256KB de RAM. Atualmente, máquinas com 10 ou até 15 anos servem para a maior parte dos casos de uso doméstico.

5 comentários:

  1. Sobre WiFi na impressora: por anos eu usei uma Lexmark laser que só tinha USB, conectada a um pequeno NAS rodando "SnakeOS" (uma distro baseada em BusyBox desenvolvida em POA especialmente para esse NAS). Impressora WiFi "on the cheap"

    Com um RaspberryPi vc faz a mesma coisa com pouco trabalho tb. A única coisa que não sei como resolver adequadamente é scan over WiFi (se a impressora for multi-funcional). Na época que estudei isso para a Lexmark scan pela rede no Linux não era algo muito maduro (ou eu não era geek o bastante para fazer funcionar, o que dá no mesmo para efeitos práticos)

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    1. Pois é, me arrenpedi de não usar um Pi para isso. Tem vários dando sopa!

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  2. Ah, e sobre o hardware, sugestões para quem é seu próprio departamento de TI (praticamente todo mundo, em tempos de pandemia): depois que SSD e memória estiverem endereçados, considere os seguintes updates, na ordem que fizer mais sentido para a situação pessoal e perfil de uso:

    - Um monitor externo: de um tamanho bom, digamos 19" ou 21"

    - Teclado e mouse externos: só o fato de "libertar" as mão da tirania do teclado+touchpad já vale o investimento. Mas o teclado precisa ser melhor que o do note (próximo item)

    - Teclado mecânico: gosto de chaves Cherry MX blue, mas são muito caros por aqui; recentemente teste e gostei MUITO de um teclado RedDragon Mitra com chaves Outemu Blue; é vendido como um teclado "gamer", mas as chaves "blue" são mais recomendadas para digitação mesmo, e essas Outemu são muito próximas às Cherry, da qual são clones.

    - Fone de ouvido Bluetooth com boa duração de bateria: para poder se levantar e alongar um pouco durante longas conf calls ou aulas remotas.

    - Um bom hub USB: teclado, mouse, talvez um fone USB, um HD externo ... Muitos cabos conectados no micro. Um hub facilita desconectar tudo para sair do escritório (da mesa) e passar um tempo trabalhando de um café (ou no sofá, com um café)

    - Uma fonte de alimentação adicional: para deixar aquela do principal local de trabalho (a mesa) sempre conectada e com os cabos arrumados. Daí quando trabalhar/estudar de outro local (ver o café acima), não precisa pegar a fonte da mesa principal.

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    1. Tenho 3 caixinhas Bluetooth compradas em tempos diferentes para necessidades distintas. A Anker é muito boa. A JBL é decepcionante. A que se destaca é uma com rádio, relógio, temperatura e humidade que comprei da China: Abuzhen. O som dela é muito bom e ela é bem baratinha: US$32.

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  3. Muitas adequações: customização da casa, espaços, hábitos e rotinas. A melhoria dos equipamentos existentes ajudou muito nestas mudanças, além de ser ecológica e economizar espaço e dinheiro. É muito bom quando podemos aproveitar o que já temos, sem precisar abrir espaço para mais coisas em casa.

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