Acho muito curiosos os argumentos de que o limite de velocidade nas avenidas de Porto Alegre é baixo, porque minhas viagens para casa no fim do dia dificilmente alcançam 10km/h. Considerando a quantidade de carros nas ruas, aumentar a velocidade não iria resolver nada, portanto.
Parece-me que há, por outro lado, bons argumentos para diminuir a velocidade máxima em toda a cidade para 40km/h.
É comum reencontrarmos os apressadinhos nas sinaleiras. Eles correm para utrapassar e ganhar a corrida até o próximo sinal vermelho. O que me leva a creer que os tempos dos deslocamentos urbanos são muito mais regidos pelos tempos de parada ou lentidão que pelos tempos de velocidade.
Porto Alegre não é uma cidade muito grande. Pode-se ir da zona sul à zona norte em menos de 20km. E, supondo que não houvesse qualquer obstáculo no caminho, essa distância seria percorrida em 20 minutos a 60km/h ou em 30 minutos a 40km/h.
Quem tenta entrar numa avenida sabe que a velocidade na via mais rápida dificulta o acesso. Nas ruas de 40km/h, os rapidinhos que excedem o limite também roubam dos outros motoristas a possibilidade de fazer uma conversão em menos tempo. E ainda há o tempo de luz amarela nos semáforos, que deve ser maior para dar segurança aos cruzamentos das avenidas.
Além disso tudo, há o fato de que os atropelamentos a 60km/h (90% são fatais) são muito mais perigosos que os atropelamentos a 40km/h (50% são fatais). Havendo menos velocidade, a cidade tornar-se-ia mais segura para os ciclistas e mais gente poderia sentir-se motivada a adotar esse meio de locomoção.
Em resumo, acho que há mais vantagens de termos uma velocidade máxima menor do que perdemos por poder andar rápido por alguns segundos de vez em quando. Mesmo assim, não guardo muita esperança de que o motorista portoalegrense médio queira adotar uma medida racional e civilizada para melhorar o trânsito.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
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