Uso o transporte público de Porto Alegre todos os dias, principalmente as lotações. Por isso, fiquei entusiasmado com a implantação do cartão de transporte integrado (TRI).
Durou pouco minha empolgação. Assim que descobri como funciona, percebi que o cartão foi concebido para beneficiar unicamente as empresas de transporte. Calculo que o objetivo inicial tenha sido o de eliminar as fraudes com as fichas.
Em primeiro lugar, é preciso cadastrar-se e são exigidos CPF, RG e comprovante de residência. É uma invasão de privacidade difícil de aceitar para quem quer apenas pagar pelo serviço de locomoção. Além disso, é preciso esperar 10 dias. Não, o visitante que estiver alguns dias em Porto Alegre não pode comprar um cartão. Em outros lugares, como Londres e Paris, pode-se comprar um cartão de transporte em qualquer esquina.
Como se as exigências burocráticas não fossem suficientes, os aspectos financeiros do sistema são um insulto ao consumidor. O portador abastece seu cartão com dinheiro, não com passagens. Mesmo pagando antecipadamente, se as passagens forem reajustadas, o paisano terá subtraído o novo valor a cada deslocamento. Além disso, não há qualquer desconto! Comprar cem passagens não confere nenhuma vantagem sobre comprar dez.
Em resumo, o cartão TRI é um esquema de prevenção de fraudes e de antecipação de receita. As necessidades dos clientes não entraram na equação. Passo por várias bancas de revistas pelo centro e torço pelo dia em que eu vou poder entrar numa para comprar um cartão de transporte para uma semana, um mês ou um dia.
Mathematics Departments at Liberal Arts Colleges
Há 4 semanas
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