segunda-feira, 3 de outubro de 2011

IIN

Os economistas têm uma infinidade de índices para avaliar as economias, mas eu quero propor um novo. Creio que o melhor medidor do potencial econômico de uma nação seria o Índice da Incompetência Nacional.

Há um bom tempo eu venho elaborando esta idéia; recentemente mudei-me e precisei de vários prestadores de serviços e graças à incompetência generalizada deles, pude completar a idéia para o meu índice.

Em primeiro lugar, há a dimensão da pontualidade. Não é que tenham dificuldade em acertar o horário, é que muitos não conseguem sequer chegar no dia combinado!

Em segundo lugar (e acho que essa é uma das dimensões mais importantes do IIN) está a espetacular dificuldade de comunicação. Eles não são capazes de avisar que vão atrasar-se dois dias. Tampouco são capazes de enumerar as peças que devemos comprar ou as ações que devemos tomar com 48h de antecedência. Tampouco são capazes de compreender frases simples, como "pinte esta parede de azul" ou "não vou estar aqui à tarde".

E a incompetência não está restrita ao aspecto gerencial de suas profissões. Os prestadores de serviços esquecem suas ferramentas (tanto de trazê-las como de levá-las), deixam obras inacabadas (e perigosas, como vazamentos de gás) e danificam tudo que está ao redor do seu ponto focal. A sujeira que deixam para trás é insignificante perto da má qualidade da execução.

Se olharmos aos países vizinhos, veremos que há países com economias menos diversificadas e com menor produção de tecnologia, mas cujos padrões de vida são significativamente melhores. Refiro-me ao Chile, ao Uruguai e à Argentina. A única explicação que tenho a dar é que o IIN deles deve ser muito menor.

Um comentário:

  1. Tenho uma tese que isso vem de uma traço cultural que diz que "homem não limpa a caca que faz", que pode ser estendido para "homem não precisa fazer trabalho caprichado".
    Ser cuidadoso seria coisa para efeminados e/ou escravos.
    Seria uma cultura machista misturada com o escravismo.
    No escravismo, habilidades outras que as da liderança na guerra e na sacanagem são dispensáveis.
    O senhor de escravos precisa sempre se preparar ou para a rebelião ou para o comércio da commoditie que produz.
    Aqueles que não são donos de escravos, reproduzem no seu lar o modelo do mundo lá fora com sua esposa, transformada em doméstica.
    Não basta rechear a nossa sociedade de cursos profissionalizantes, seria preciso também exaltar e remunerar o capricho no desempenho do seu trabalho.
    São as tais das "recompensas não monetárias" que no Brasil são negativas.

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