Muita gente ficou insatisfeita com a última reforma ortográfica. Eu tenho minhas diferenças com ela também. E com a maneira como os acentos são ensinados na escola.
O problema dos acentos no português é que eles não sabem bem o que querem ser na vida: se indicam tonicidade, ou se indicam o som, ou se indicam as duas coisas.
Eu acho que deveriam apenas indicar a tonicidade (com a exceção única da crase). Já convivemos com porco e porcos; ovo e ovos.
O alfabeto cirílico possui letras para ditongos. Isso também nos ajudaria a eliminar duas categorias de acentos: os hiatos e os paroxítonos terminados em ditongo crescente. Os dois são meio atravessados, porque o que eles querem, na verdade, é deslocar a tonicidade para nos obrigar a pronunciar o ditongo. Querem resolver um problema por segunda intenção.
Podíamos muito bem adicionar umas letras para os ditongos, mas talvez seja mais prático aproveitar o fato de que o y e o w voltaram ao alfabeto e dar-lhes utilidade.
Então, na minha nova ortografia, teríamos: "saude" e "sawdade"; "distancya" e "policya"; "pais" e "pays".
Eu moro num pais tropical com meus pays, temos saude mas a distancya de nossa terra nos traz sawdade. Nenhum acento nessa frase!
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
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