Há alguns anos ganhei um Kobo Touch. Ele funcionou muito bem até que, no último verão, a tela falhou. Por excesso de manuseio, ela deve ter fissurado e deixou de atualizar boa parte de sua área.
Imediatamente procurei uma forma de consertá-lo e descobri que é possível comprar a tela (da China, obviamente). Abri o leitor e descobri que o modelo da tela é ED060SCE(LF). Encontrei vários vendedores no AliExpress e decidi por um que vendia um ED060SCE(LF)C1. Não era exatamente o modelo do meu, mas servia. Infelizmente, não encontrei uma explicação para as variantes (para poder, ao menos, escolher a mais recente). Aparentemente, ED indica o fabricante (E-Ink); 060 indica o tamanho (6"); e SCE(LF) indica o modelo. Depois disso, as letras e os números indicam variações que só o fabricante conhece. Neste caso, encontrei T1 e C1.
Paguei US$18,00 (menos de R$60) e isso inclui ferramentas: quatro chaves de fenda (só foi preciso usar uma) e duas peças de plástico (uma para abrir e outra que não achei utilidade). Menos de um quinto do valor de um aparelho novo, embora a Livraria Cultura (que representava a canadense Kobo no Brasil) tenha desistido de vendê-lo. É uma pena, porque é um aparelho muito bom. Por outro lado, considerando o valor da tela, percebe-se que o valor de venda do aparelho era excessivo (eu comprei uma tela só e imagino que uma compra grande consiga um preço ainda melhor).
Duas coisas interessantes aparecem dentro do Kobo, Primeiro, há um cartão microSDHC de 2GB. Portanto, é possível aumentar a capacidade de armazenamento. Não testei, porque 2GB de livros já é uma quantidade infindável de leitura e, de qualquer maneira, há também um slot externo. Em segundo lugar, há uma porta serial. Se um dia a tela voltar a falhar, posso tranformar o Kobo noutra coisa.
A maior dificuldade na troca foi descolar a tela original. A placa-mãe está aparafusada numa base de plástico (que é forte, por sorte) e esta base é aparafusada à caixa. A tela fica colada tanto à caixa como à base de plástico. E a cola é forte. Foi preciso quebrar a tela em muitos pedacinhos para poder extraí-la da armação. A cola permaneceu e bastou para encaixar tudo novamente.
Acho triste que esses projetos sejam feitos de maneira a dificultar a manutenção. A caixa é montada por encaixes, mas eles exigem força e não é difícil quebrar a tela no processo. Além disso, a bateria é colada e os fios soldados: não é fácil trocá-la.
Embora não fosse tecnicamente interessante, esse conserto deu a satisfação de dar nova vida a um aparelho que, doutra sorte, iria para o lixo.
Mathematics Departments at Liberal Arts Colleges
Há 3 semanas