sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Docker com DBD::Oracle

São poucas as aplicações que não requerem conexão a um banco de dados. Então, após conseguir criar uma imagem de Docker com Perl e alguns pacotes adicionais, resolvi experimentar algo mais complicado: instalar o DBD::Oracle. Este pacote já é naturalmente difícil de instalar, mas com alguma experimentação, descobri uma maneira rápida e simples de resolver este problema.

Em primeiro lugar, é preciso buscar os rpms do cliente da Oracle. Inicialmente, usei os mais modernos (versão 12.2), mas estes não tinham tudo que o DBD::Oracle verifica na fase de testes (e a instalação falha). Então, usei os seguintes arquivos da versão 11.2:
  • oracle-instantclient11.2-devel-11.2.0.3.0-1.x86_64.rpm
  • oracle-instantclient11.2-basic-11.2.0.3.0-1.x86_64.rpm
  • oracle-instantclient11.2-sqlplus-11.2.0.3.0-1.x86_64.rpm
Dentro da pasta do projeto, é preciso extrair os arquivos dos rpms, desta maneira: 

rpm2cpio oracle-instantclient11.2-devel-11.2.0.3.0-1.x86_64.rpm | cpio -idmv
rpm2cpio oracle-instantclient11.2-basic-11.2.0.3.0-1.x86_64.rpm | cpio -idmv
rpm2cpio oracle-instantclient11.2-sqlplus-11.2.0.3.0-1.x86_64.rpm | cpio -id/usr/lib64/libaio.so.1.0.1mv

A ordem não é importante. O resultado será uma pasta usr/ com várias subpastas e diversos arquivos ocupando cerca de 183MB.

Adicionalmente, é preciso copiar a bliblioteca libaio (Asynchronous I/O) do /usr/lib64 desta máquina para o usr/lib64 da pasta do projeto. Provavelmente haverá um link simbólico chamado libaio.so.1 apontando a um arquivo  libaio.so.1.0.1. Eu simplesmente copiei o arquivo com o nome libaio.so.1.

O Dockerfile requer apenas que seja adicionada essa pasta e que sejam preparadas as variáveis de ambiente.

FROM        perl:latest
MAINTAINER  forinti

ENV ORACLE_HOME /usr/lib/oracle/11.2/client64
ENV PATH $PATH:$ORACLE_HOME
ENV LD_LIBRARY_PATH $LD_LIBRARY_PATH:$ORACLE_HOME/lib:/usr/lib64

COPY usr/ /usr/
RUN curl -L http://cpanmin.us | perl - App::cpanminus
RUN cpanm DBI
RUN cpanm -v DBD::Oracle
RUN cpanm HTML::Parser
RUN cpanm Dancer2

EXPOSE 3000

CMD perl /app/hello.pl


As três linhas com ENV ajustam os valores das variáveis de ambiente. A opção -v na linha de instalação do DBD::Oracle faz com que todo o andamento da instalação seja impresso na tela. Sem essa opção, o cpanm escreve num arquivo de log que acaba sendo perdido quando ele falha e o docker termina.

Testes simples comprovaram que o driver funciona.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Primeiros passos com Docker

Um dilema que enfrento com frequência é o de instalar pacotes novos em servidores nos quais não quero mudar muito ou onde já existem versões conflitantes. Outro problema é o de manter registro de todos os pacotes que uma instalação complexa requer.

O Docker permite isolar as aplicações e então decidi experimentar criar uma imagem com a última versão do Perl, mas que executasse uma aplicação definida alhures e montada em tempo de execução.

Então, escrevi uma pequena aplicação com Dancer:

#!/usr/bin/perl
use Dancer2;

get '/hello/:name' => sub {
    return "Why, hello there " . params->{name};
};

dance;

É muito simples. Ela criar um servidor que atende a requisições do tipo http://localhost:3000/hello/nome. A porta default do Dancer é a 3000.

Então, o próximo passo foi definir uma imagem para o Docker a partir da última imagem do Perl. O Dockerfile contém:

FROM        perl:latest
MAINTAINER  forinti

RUN curl -L http://cpanmin.us | perl - App::cpanminus
RUN cpanm Dancer2

EXPOSE 3000

CMD perl /app/hello.pl


As seções são:
  • FROM - indica a imagem inicial;
  • MAINTAINER - serve apenas para registrar o dono do projeto;
  • RUN - executa os comandos exatamente como numa linha de comando;
  • EXPOSE - indica a porta que estará disponível para comunicação; e
  • CMD - indica o comando que será executado quando o contêiner for criado.
Para facilitar a gerência do contêiner, resolvi usar o docker-compose, conforme o arquivo de configuração abaixo (docker-compose.yml):

version: '3.3'
services:
  hello:
    build: .
    container_name: hello
    restart: unless-stopped
    volumes:
      - type: bind
        source: /home/forinti/hello/
        target: /app
    ports:
      - "3000:3000"

Está definido um serviço (hello:) que servirá a porta 3000 (ports: define que a porta 3000 de dentro do contêiner corresponderá à porta 3000 fora do contêiner). O diretório /home/forinti/hello será montado dentro da imagem como /app. Além disso, o serviço será reiniciado, exceto se explicitamente terminado.

O diretório /home/forinti/hello contém os seguintes arquivos:

total 20
drwxrwxr-x  2 forinti forinti 4096 Dez 13 15:28 ./
drwxr-xr-x 49 forinti forinti 4096 Dez 13 12:37 ../
-rw-rw-r--  1 forinti forinti  223 Dez 13 15:27 docker-compose.yml
-rw-rw-r--  1 forinti forinti  172 Dez 13 15:28 Dockerfile
-rwxrw-r--  1 forinti forinti  120 Nov 21 16:19 hello.pl*

Para criar a imagem, basta rodar "docker-compose build". E, para iniciar o serviço, "docker-compose up".

$curl -XGET localhost:3000/hello/forinti
Why, hello there forinti


Dá para pegar gosto pela coisa.